Na última quinta-feira (13/01), o governo do Pará tomou uma medida inédita: solicitou a retirada de todos os projetos de lei de autoria do Executivo que tramitavam na Assembléia Legislativa, incluindo a Lei Orgânica do Fisco estadual.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco), Charles Alcantara, passou o dia em conversas com deputados e com o secretário de Governo, Sérgio Leão, para garantir que a proposta retorne à Casa, a partir de 15 de fevereiro, quando os deputados voltam do recesso parlamentar.
Alcantara usou nas conversas o argumento de que o projeto de lei orgânica foi enviado à Assembleia Legislativa por determinação legal. No início do ano passado, foi aprovada por votação unânime a lei estadual que começou a reestruturar a carreira de auditores e fiscais e obrigou o Executivo a mandar o projeto de lei orgânica ao Legislativo ainda no ano passado.
Alcantara diz que, apesar o susto, está otimista em relação ao retorno do projeto à AL. “É legítimo que o governo queira discutir até o mérito do projeto, mas a Assembleia é um ambiente político e há espaço para esse debate’, diz, afirmando que o projeto não é corporativista. “É uma questão de Estado. Protege o fisco das interferências políticas”, defende.
Entre os deputados procurados por Alcântara ontem estão a deputada Simone Morgado que é auditora fiscal, ajudou na aprovação da reestruturação salarial aprovada no início do ano e faz parte da base de apoio do novo governo.
FOTO: Na escadaria da AL, no final do ano passado, auditores e fiscais de receita comemoraram a lei estadual que obrigou o governo a mandar a Lei Orgânica do Fisco para o Poder Legislativo em 2010