por AFR’2009
Objetivo número 01: transformar nosso emprego numa Carreira
Muito embora o momento de estresse que estamos vivendo não seja o ideal para este tipo de reflexão, não poderia deixar de tratar do assunto.
Parece um tanto quanto óbvio que o nosso maior problema, de todos os AGENTES FISCAIS DE RENDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, é que temos tratado o nosso vínculo profissional como um emprego e não uma carreira, e enquanto isso persistir será impossível lutar por melhoras conjuntamente.
Ao procurar a definição de emprego no dicionário você terá a seguinte definição: “em.pre.go (ê) sm 1 Função, cargo. 2 O local onde se está empregado.” Por outro lado, ao folhar o dicionário em busca do significado da palavra carreira verá: “car.rei.ra sf 1 Corrida veloz. 2 Curso, trajetória. 3 Fileira, fiada. 4 Profissão”
Não dá pra negar que os significados são distintos. Mesmo citando a palavra profissão como sinônimo, o termo carreira dá a idéia de algo mais abrangente, impondo obviamente um conceito de “fila”, de percurso, de união tendo elementos à frente e à retaguarda. De outra maneira, a palavra emprego parece ter muito menos valor semântico, limitando-se à idéia do simples “trabalho do cotidiano”. Daí a pergunta: “Será que eu entrei para uma carreira ou para um emprego?”
Obviamente, muitos poderiam afirmar, é uma carreira, e “uma carreira de estado” pois é importante para a sociedade e de necessidade vital para a manutenção do Estado. Porém, como a grande maioria de falácias que nos rodeiam diariamente, essa afirmação não passa de demagogia, pois na prática não estamos nem perto do percurso dos nossos colegas mais antigos, estamos sim num outro rumo, sem ao menos ter a certeza de um dia chegar ao mesmo local em que estão. A igualdade mais próxima que temos é no volume de trabalho e nas responsabilidades, as quais são impostas de forma idêntica a todos, sem discriminação por “data de entrada” na carreira, discriminação essa que é gritante quando o assunto é vencimento.
Sem dúvida, a esta altura o “colega” mais antigo já está pensando, é um coitado, ficará sempre com este complexo de culpa, “síndrome de coitadinho”, e etc. Não o culpo, chego a pensar que agiria da mesma forma, afinal de contas “SÓ QUEM É PREJUDICADO LEMBRA-SE DO PREJUÍZO”.
Porém esse descaso com o “semelhante” não ficará obviamente despercebido, num momento futuro, quando a “outra carreira” precisar “desta carreira” ficará sempre a dúvida: Por que ajudar quem me virou as costas?
Logo não é viável que avancemos como carreira antes de garantir que estejamos “todos” no mesmo trilho. Os que aguentaram ler até aqui sem dúvida ficarão pensando que desejamos o mesmo holerite, os mesmos benefícios… Mas não, desejamos apenas, começar a carreira no mesmo ponto que TODOS iniciaram antes de nós, no Nível I e numa função condizente. Ou será que algum colega antigo também foi nomeado FUBA quando entrou?
Enfim, é um apelo, NÃO IGNOREM A POSSIBILIDADE DE ACABAR COM ESTA FUNÇÃO BÁSICA. Ela é uma agressão à carreira e não aos “fiscais de 2009”, obviamente hoje os novos são os mais prejudicados, mas não deixemos que os futuros colegas iniciem na carreira no neste ponto.
Não será possível “avançarmos” na conquista das demandas da carreira se não estivermos na mesma carreira. Precisamos transformar esses diversos “empregos” numa carreira, precisamos estar na “mesma estrada”. Isso quer dizer: “vou deixar de ganhar um pouco para que o colega prejudicado esteja mais próximo de mim”. Daí sim, após a aproximação fica mais possível lutarmos juntos por melhores condições da “carreira”, sendo que o mínimo que a carreira de AGENTES FISCAIS DE RENDAS deve fazer é lutar por uma carreira só, acabando de vez com essa CARREIRA BÁSICA.
Portanto, não cabe neste momento uma visão pessoal, precisamos ter uma visão de grupo, enquanto existir o Nível Básico e a Função Básica haverá divisão, e enquanto estivermos divididos não seremos uma Carreira só mais um emprego.
“De nada serve o que se escreve numa folha de papel
se não se ajusta à realidade, aos fatores reais e efetivos do poder” Ferdinand Lassalle