RECEITA-PB, um barco à deriva

Faço das minhas caminhadas matinais, momentos de reflexões. Nelas, pedindo perdão a Deus por meus incontestáveis erros e pecados, clamo por sabedoria, buscando, assim, um equilíbrio dentro deste velho e carcomido mundo materialista.

O tempo também me reserva oportunidade de avaliar o meu dia-a-dia funcional. E foi lá, no nosso PC – Posto de Comando do Centro Administrativo Estadual, que junto com colegas pude observar atentamente a sede da nossa Secretaria da Receita, celeiro de grandes nomes.

Vendo-a como um grande barco à deriva, não pude deixar de compará-la ao famoso e também frágil Titanic. Ele mesmo, o Titanic que nem o Senhor Jesus Cristo poderia afundá-lo, diziam.

O barco paraibano da Secretaria da Receita, faz água, está à deriva. Sim, esta frase é uma síntese para expressar a sensação que predomina na Paraíba, dando substância à teoria, mais que comprovada e fortalecida de que não temos no comando alguém (nem de longe) capaz sequer de entender a gravidade da situação a que chegamos. E muito menos de enfrentar, com algum grau de autonomia, o desafio brutal que é tocar esse barco pesado e perigoso, que pode a qualquer momento se transformar numa Nau Catarineta.

Era de se imaginar que durante esses dez meses de estafante viagem, pressentiríamos que esse céu de brigadeiro, tão estrelado sob nossas cabeças, não significava que o mar estava para almirante, e sim para peixes…peixes graúdos. Portanto, não foram surpresas os atos preparatórios, a emboscada maquiada por aquele gigante e esguio iceberg governamental, se avolumando com arrogância das profundezas abismais na tentativa de decapitar, tais quais os Piratas do Caribe, uma ordeira e preparada tripulação.

Na verdade, a imagem de “barco do governo” tem raízes bem plantadas na história do pensamento político do comandante maior, o que valoriza o sentido da frase popular e aparentemente simples, que se ouve o tempo todo pelas ruas de João Pessoa: “O barco não tem comando”.

Quando se tenta calar uma categoria que demonstra indignação por ver seus direitos surrupiados, quando se tenta reprimi-la impondo-lhe responsabilidades, distorcendo perante a opinião pública a verdade, vemos claramente figuras históricas, que não são exemplos de bondade, como Hitler, Stalin, Kadafi e tantos outros que abusaram da mesma fórmula para se manterem no Poder.

Infelizmente ai se revela à ignorância pela arrogância e a arrogância pela ignorância, que de tão acostumado a ver sua claque batendo palmas por seus erros e gafes, se surpreende com manifestações ordeiras que demonstram insatisfações.

Os tripulantes da Receita estão unidos. Hoje já não existe os de primeira classe ou os que labutam nas vigílias de postos infectados por ratos de toda espécie. Hoje não se disputa um barco salva-vidas. A nossa tábua de salvação é a nossa união, a mão amiga, a palavra incentivadora, a esperança de um tranqüilo olhar fraterno. E o barco? Sim, o barco pode se transformar numa destroçada catraia, encalhada às margens do tempo nas águas turvas do rio Sanhauá. Infelizmente!!!

Amadeu Robson Cordeiro

amadeu.rmc@ig.com.br

Auditor Fiscal e Colunista: www.fenafisco.org.br; www.patosemcena.com.br; www.blogdoafr.com; www.aafep.com.br.

ARTIGOS de AMADEU CORDEIRO

NOTA: Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião do BLOG do AFR,  sendo de única e exclusiva responsabilidade de cada autor.

One Comment to “RECEITA-PB, um barco à deriva”

  1. Parabéns Amadeu.
    Seu artigo revela um sentimento comum ao FISCO de maneira geral. Nós, auditores fiscais, representamos o que para a sociedade? Que convicção têm os comandantes dos vários barcos (ou naus) deste país em relação aos interesses do Estado – e da nossa categoria?
    Abraço
    De Angelis

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