28 de junho de 2014, 16h00 – Brasil X Chile, Salve a Seleção…
Edison Farah
Agora, após as emoções da copa das Copas -salve a seleção, haja coração, voltou o campeão-, e que o sonho do Brasil Grande, Nação Vitoriosa, envolve noss’alma, nos faz tremer e chorar, e tornar ao passado quando apanhávamos nas ruas dos soldados da ditadura, porque, nos arroubos adolescentes, tínhamos a certeza de que iríamos construir a maior Nação deste planeta, a terra ideal, igualitária, com o melhor povo do mundo, o mais inteligente, o povo mais bonito, porque a inteligência e a beleza dos brasileiros seria fruto da eugenia consequente da mistura, da fornicação entre todas as raças, dos negros escravos aos holandeses de olhos azuis, dos japoneses obsessivos aos árabes fanáticos, dos judeus prêmios Nobel aos garrinchas da favela, dos alemães perfeccionistas aos escrachados portugueses. E da italianada, ah, a italianada! Da mistura de todas as raças do planeta que aqui conviviam em espetacular harmonia, lição para o resto da humanidade, que se matava em lutas étnicas e religiosas, em combates fratricidas e inócuos.
Então agora, soluçando junto com nossos machos em campo, vem o inevitável sentimento dos velhos de como era bom aquele tempo da juventude ingênua, inocente, crédula, da vida inteira que parecia eterna, que tínhamos pela frente para a nossa realização pessoal e para a construção da Nação.
Este choro brasílico que irrompe com fúria nos leva à cruel constatação que o povo superior que aqui medraria só consegue se sentir como nação, só explode sua brasilidade a cada 4 anos, num padrão Fifa, Rede Globo, na onda induzida por uma mídia a serviço do capital predatório que domina o planeta.
Mas deixemos de lado estas filosofias baratas de torcedor bêbado nos botequins após as suadas vitórias nos campos dos estádios que são hoje em dia as únicas arenas em que a massa se irmana para combater pelo que entende como seu país. Vamos falar da economia ao ensejo de dois artigos publicado na Folha […] Continue lendo