Entidades precisam rever forma de atuação para representar profissionais mais críticos e conectados
No início de novembro, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, no interior de São Paulo, anunciou uma greve geral por tempo indeterminado na principal unidade da Embraer, em São José dos Campos.
E, então, ocorreu o inusitado: descobriu-se que a maioria dos trabalhadores era contra a paralisação. No dia seguinte ao anúncio da greve, foi criada no Facebook uma página com o título “Sou Embraer e não estou em greve”. Nas primeiras 6 horas, 2 000 funcionários entraram no grupo, que chegou a 4 000 membros em dois dias. Na página, há postagens reclamando que:
o sindicato não ouviu o pessoal administrativo na votação da greve”
Para a socióloga Noêmia Lazzareschi, da PUC-SP, o episódio na Embraer reflete a falta de representatividade do sindicalismo brasileiro:
No Brasil, muitos sindicatos são vistos como trampolins para líderes que almejam uma carreira política”
Na era das redes sociais, que criaram a possibilidade de os cidadãos se mobilizarem de forma ágil para defender seus interesses, a insatisfação com essas entidades tende a ficar mais evidente.
As velhas formas de sindicalismo estão ficando para trás […] Saiba mais
Leia também:
Sindicato tem linha direta com a categoria
Sindifisco Pará transmite AGE ao vivo
Comunicação é ferramenta de disputa de poder